quarta-feira, 26 de agosto de 2015

MUSEU DO TROPEIRO FINALIZA PROJETO DE DOCUMENTAÇÃO MUSEOLÓGICA



Escrito por Comunicação

apresentao_projeto_museu_do_tropeiro_26_13-08-2015

Está concluído o Projeto de Documentação Museológica do Museu do Tropeiro de Castro. Na quarta-feira (12), em reunião no Salão de Atos da Prefeitura houve a apresentação do relatório final do Termo de Compromisso firmado entre a Associação de Amigos do Museu do Tropeiro, Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Paraná e a Cargill. Participaram da reunião o prefeito Reinaldo Cardoso; funcionários e estagiários do Museu do Tropeiro; o procurador geral do Município, Ronie Cardoso Filho; a diretora municipal de Cultura, Gisele Coradassi; a presidente da Associação de Amigos do Museu do Tropeiro, Léa Maria Cardoso Villela; o superintendente do Iphan-PR, José La Pastina Filho; responsável pela Gestão de Patrimônio Arqueológico do Iphan, Alessandra Spitz; Bruno Cesar Gomide, plant controller da Cargill, acompanhado pelo superintendente de Meio Ambiente da empresa, Thiago Molina.
Ao fim do projeto, explica a coordenadora do Museu do Tropeiro, Amélia Podolan Flügel, foi realizada a documentação de 2.494 peças do Museu do Tropeiro, que integram as exposições e a reserva técnica. O trabalho foi realizado por funcionários e estagiários que trabalham no Museu. “Ao fazer a catalogação de todas as peças, trabalho que durou um ano, aprendemos a fundo sobre o acervo do Museu do Tropeiro, as características das peças, utilidade, o contexto em que eram utilizadas. Hoje, além da documentação de tudo isso, o nosso conhecimento sobre o material é muito maior e temos condições de fazer uma explanação muito mais rica e detalhada sobre as exposições aos visitantes do Museu”, destaca Amélia.
O prefeito Reinaldo Cardoso ressaltou, na ocasião, que o resultado do trabalho é a valorização de Castro e sua história. “Todos os envolvidos estão de parabéns. Com isso, damos um grande passo na preservação da nossa história. Fico muito contente porque este foi um projeto feito a várias mãos, com envolvimento da Prefeitura, o setor privado – através da Cargill, que investiu recursos para viabilizar o trabalho – o Iphan e, fico especialmente contente pela participação dos jovens estagiários neste processo. É bom ver representantes da juventude preocupados e envolvidos com a cultura e história”, afirma o prefeito Reinaldo Cardoso.
O superintendente do Iphan-PR também parabenizou a equipe do Museu pelo trabalho minucioso e empenho na realização do projeto. “A qualidade do trabalho apresentado é fantástica e mostra a seriedade com que foi realizado. Isso para o Iphan é motivo de muito orgulho. Para nós, do Iphan é um prazer estar em Castro e participar deste momento tão importante. Além disso, a qualidade do trabalho faz jus à memória de Judith”, frisou La Pastina Filho, referindo-se à idealizadora do Museu do Tropeiro, a professora Judith Carneiro de Mello, que faleceu em 2007.
PROJETO
O 'Projeto de Documentação Museológica do Museu do Tropeiro' é uma iniciativa do Museu do Tropeiro para dar cumprimento à Lei Federal nº 11.904/2009 que estabelece o Estatuto de Museus e preconiza em sua Seção IV, artigos 38, 39 e 40 a obrigatoriedade dos museus brasileiros, públicos e privados, de manterem atualizadas as informações sobre os bens culturais que integram seus acervos, na forma de registros e inventários.
Assim, a partir do ano de 2013, o Museu do Tropeiro enfatizou a regulamentação da legislação pertinente ao seu funcionamento, através da aprovação da Lei Municipal nº3075/2015 e também a sistematização da documentação museológica. Para tanto, firmou-se uma parceria entre a empresa Cargill S/A, financiadora do projeto; o Iphan-PR, órgão supervisor do projeto; a Associação de Amigos do Museu do Tropeiro, gestora dos recursos financeiros e a Prefeitura Municipal de Castro, que forneceu os estagiários e servidores para execução do Projeto. “Em nome da Cargill, ressaltamos a alegria em ter contribuído com o desenvolvimento deste importante projeto de valorização da história e que certamente contribuiu para a profissionalização do Museu”, aponta Gomide.
A maior parte do acervo do Museu se encontra exposta em dois locais distintos: na sede, que apresenta a exposição Tropeirismo, onde o foco é o cotidiano da lida tropeira, e na exposição Casa de Sinhara, seccional do Museu, que expõe os objetos relativos ao ambiente doméstico no século XIX e até meados do XX. A historiadora e  funcionária do Museu, Milena Santos Mayer, explica que processo de decodificação e catalogação do acervo foi feito em todas as peças, com a descrição, medição e a busca da procedência de cada objeto. Após esta etapa os dados foram inseridos em programa digital, para segurança e agilidade na consulta e atestado e comprovação pública da posse do acervo. Os bens foram inscritos no Livro Tombo da instituição e posteriormente o Decreto Municipal nº618/2015 legitimou os bens culturais como Patrimônio Público Municipal.
O acervo arqueológico do Museu do Tropeiro recebeu atenção especial durante o processo, com consultoria especializada do arqueólogo Igor Chmyz para identificação dos itens em salvaguarda, além de estudo do contexto ambiental e humano de origem das peças. A avaliação dos itens permitiu uma nova expografia do acervo, enriquecido pelo painel informativo com a história da ocupação humana no Paraná enquanto a pesquisa para a reorganização do acervo arqueológico propiciou a aquisição de conhecimentos a serem repassados à sociedade em futuras ações educativas. “O projeto foi cumprido com a catalogação das peças. Agora, o nosso futuro desafio é promover o mesmo trabalho com os acervos documental, fotográfico e bibliográfico do Museu”, finaliza Amélia.